É chato, eu sei. Essa coisa de sempre voltar a falar. Mas prometo que não vou mais fazer isso com frequência. Essa é uma das últimas vezes que lhe escrevo. E não é ameaça nem despedida, meu bem. Apenas hoje me deu vontade. E eu fiz o que amo como há muito tempo não faço. Escrevi com uma caneta em uma folha de papel, o que ando digitando nos teclados. Foi difícil apenas até a hora em que a tinta escapou da ponta. Depois desse primeiro contato, tudo foi fluindo naturalmente. E deu saudade daquele tempo. Daquele tempo em que os rabiscos eram rotina. E por falar em rotina, como vão as coisas? "A gente" sumiu por um tempo... Talvez tenha sido justamente pela falta dele. O que você tem feito? Por onde anda? Com quem conversa? Que músicas tem tocado? Sinto falta, sabe? De ficar horas acompanhando o desenho dos seus dedos no violão. Se eu pudesse, diria que nem me lembro da última vez que o fiz. Mas é claro que me lembro. Porque eu me lembro de quase todos os detalhes e grandezas do que fomos. Lembro até de antes de "sermos" de fato. Mas uma lembrança dessas que apertam o peito de saudade é a sua presença. É ausência da dor de se sentir sozinho ao lado de quem se ama. É o conforto de saber que você estava ali, independente de qualquer coisa, para cuidar de mim depois dos temporais. Só que hoje tenho carregado mesmo uma sombrinha comigo, para o caso de chover. E tem chovido tanto... Mas os compromissos são muitos, eu entendo. Talvez a gente assista TV, sábado à tarde, como costumávamos. Mas, sabe, só quando sua agenda estiver livre mesmo. Não vou incomodar muito mais, sim? Talvez eu até desligue o wi-fi de vez em quando, para controlar a vontade. Mas vou dar meu jeito, não se preocupe. E pouco a pouco, talvez eu me camufle ao teu papel de parede. E talvez eu mesma me desligue de você. Mas não desmarque seus compromissos com o mundo lá fora. Tenho certeza de que são importantes. E se na ida, subir à cabeça que está se esquecendo de uma parte essencial, volte para me buscar, para me arrancar da parede, do cheiro dos lençóis ou de algum disco de música. Mas se não, então vá, só siga em frente. Espero não assistir, caso assim for (meu maior medo é não superar qualquer pesar desse mundo). Não leve à mal, não é egoísmo. É só generosidade de amor próprio. É, eu o encontrei faz uns dias. E ele é tão melhor do que eu imaginava... Suspeito que já o conheça há bastante tempo. Não duvidaria ser ele o motivo dessa coragem de pegar a caneta e falar, pela última vez, que eu te amo. Perdidamente, incondicionalmente, indescritivelmente. E vou lutar por você. Mas se não for o suficiente, junto o pouco que sobrar e adiciono ao prazer de amar à mim. Até porque, no fim das contas, foi você mesmo que um dia falou que meu sorriso era o mais bonito do mundo, não é? Concordo.
jeudi 17 septembre 2015
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