O fato é que não é possível amar por dois. A verdade sobre estar junto, pequena, é que quando um não está, não está ninguém. Namorar não é dar as mãos ao meio-dia e dar as costas à meia-noite. É mais simples e mais complicado. É diferente do que pensam os metódicos: o amor não tem técnica, tem sentimento. Não são as horas do seu dia que você gasta a conversar com a pessoa. São os segundos que você sussurra "boa noite" para ela pelo telefone de madrugada. Não são as 3086954 flores que você compra para ela toda semana. É aquela roubada que você põe atrás da sua orelha depois de um dia de chuva. Não é o silêncio que você faz para deixá-la dormir sossegada no fim do dia. É o barulho dos seus gemidos de madrugada que trazem conforto. Namorar é não deixá-la esperando um sinal, de vida, de afeto ou carinho. É estar ali antes que ela acorde de manhã. É tê-la nos braços todos os dias como se fosse a última vez. É não fingir que aquela lágrima não escapou dos olhos dela. É deixá-la louca toda vez que a tocar. É entender que ela quer que você vá, por mais chato que possa ser. Porque para ela, nada é tão bom sem você do lado, ou do outro lado, para contar as novidades. Para chutar o pé de noite sem a menor intenção de te acordar, mas para acordar mesmo assim. Para te calar com beijos que não terminam. Para pegar chuva na praia em janeiro. Para ouvir chamá-la de "minha mulher" na fila do cinema.
Mas se não é recíproco, um acaba por fazer de tudo. E ter a responsabilidade por dois é pesado demais. Pois tenha certeza: se você não aparece, ela vai dar um jeito de sumir também. Se você não cuida, ela vai dar um jeito de ser cuidada. Se você não ama, ela vai aprender a se amar sozinha. E quando ela aprender, ah rapaz... Quando ela aprender, ela vai te ensinar que amar não é buscar. É se encontrar. E ela vai se encontrar.
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