Escrever até morrer. O Corvo.

“Isso, tudo isso que está acontecendo, me soa familiar. Eu já li isso em algum lugar”.

A mente de um escritor, certamente, é um universo fascinante. A imaginação, a maestria de cada palavra em seu devido lugar, cirurgicamente, dá vida a um mundo novo, onde tudo onde que esse criador escrever é lei. Por um segundo, tudo é real. Ele pode usar sua maestria para dar vida ao que quiser, praticamente uma apoteose acontece quando ele possui uma caneta em suas mãos e um papel em branco. Nosso escritor, em questão, escreve poemas. De assassinatos. Seu nome é Edgar Allan Poe.

Sendo considerado o inventor do estilo Romance Policial, suas histórias eram misteriosas e trágicas. Mortes horríveis e planejadas eram descritas em suas linhas. Histórias perturbadoras, porém, muito bem escritas e envolventes. Se um fã, tão perturbado, tão alucinado, tão desesperado se inspirasse nos contos de Poe para cometer seus crimes horrendos? Além de tudo isso, se ele aprisionasse a mulher por quem Poe está apaixonado e assim ele o forçasse a escrever novas histórias?

Dirigido por James McTaige, que também dirigiu V de Vingança, o filme é um suspense que mostra os últimos dias do escritor Edgar Allan Poe, claro que de modo irreal. Com lançamento datado em 2012, o filme conta em seu elenco com John Cusack, como Edgar Allan Poe, Luke Evans, como Emmett Fields e Alice Eve, como Emily Hamilton.

Edgar Allan Poe é chamado até à delegacia. Um assassinato aconteceu na noite anterior. Poe fica confuso por ter sido chamado, mas mesmo assim comparece ao local. O Inspetor Emmett Fields descreve à Poe como tudo aconteceu, o assassinato, cada ferramenta usada, a forma como as pessoas foram mortas, tudo. A descrição é idêntica a uma das histórias de Poe. Depois de alguns dias, mais uma vez um assassinato baseado nas histórias de Edgar, que dessa vez comparece ao local do crime.

Deixando dicas propositais de como e onde será o próximo ato, Fields e Poe correm contra o tempo para tentar impedir que os assassinatos continuem. O Assassino, sabe onde deve atingir para ter Poe emocionalmente preso à sua causa. Mais uma história, dessa vez real, de Edgar Allan Poe.

É difícil encontrar bons suspenses recentes e esse me chamou a atenção. O filme soube casar muito bem os contos do famoso escritor norte-americano com o mesmo sendo introduzido no enredo como um quase detetive de seus próprios escritos.

O Corvo fará com que você fique atendo a cada detalhe, a cada pista, a cada trecho que o seu antagonista deixa nas cenas do crime. Tudo proposital para que Poe consiga seguir para o próximo ato, deixando-o cada vez mais envolvido, tanto psicologicamente quanto emocionalmente, à causa. O amor da sua vida está em jogo. O ar está acabando.

Recomendo!

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