É que quando te vi, me apaixonei pelo o que não conhecia – não conheço – besteira assim mesmo, tanto faz se essa baboseira ou melodramática, não lhe atrai nem um pouco, não tenho a mínima intenção. E desde quando te vi não me sai da cabeça essa ideia estranha de tentar demonstrar qualquer tipo de afeto\desejo\vontade (seja o que for), não faz meu tipo dizer mil coisas pra quem eu nem sei se posso dizer, no mais, o que eu estou fazendo agora é falando pra qualquer pessoa que possa ler, sem a menor intenção de que saibam a quem realmente me refiro. Tudo fica assim, subentendido. Dessas coisas ninguém precisa saber, só eu mesma que sinto, sinto tanto que de forma ou de outra preciso lançar fora essa “coisa” daqui de dentro.
Veja bem, não me leve a mal, não quero de forma alguma assustá-lo, pelo contrário, se pudesse o manteria perto, bem perto, tão perto que... Mas é assim mesmo, pra pessoas como eu – que se apaixonam por palavras – qualquer pouca coisa que se entende como boa e sincera se transforma em “beleza pseudo fabricada noutro alguém”. Quero dizer, invento coisas nas outras pessoas como se as quisesse pra mim, sem conhecê-las mesmo, vendo o externo bonito transformar-se no interno perfeito (ou quase isso). Mas é assim mesmo, isso mesmo, o desconhecido me atrai e o conhecido também, pouca coisa me afasta. Não me importo se isso tenha alguma relação com tal carência, até porque se houvesse alguma possibilidade, “mataria dois coelhos numa cajadada só”... É assim mesmo que dizem, não é?
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