Esqueça! Esqueça as noites mal dormidas e os meios pensamentos abafados. Esqueça as flores murchas que nem foi ele quem te deu de verdade. Esqueça toda aquela besteira de dar 3 passos quando são necessários 4 para chegar à sua boca. Esqueça a indefinição da pronúncia das palavras essenciais. Se não desabrochou até agora, a terra pode estar seca. Experimente regar um pouco mais de atitude e um pouco menos de hesitação. Às vezes a cautela é a falha. Digo que se jogue mesmo, sem dúvida. Deixe o ar se intimidar com seu sorriso. Faça colorir o que anda meio cinza. E escolha as horas certas. Meio-dia nem sempre vai ser tão completo. As madrugadas costumam ser mais inteiras. Não se queixe do tempo, nem da lentidão. Os toques demorados carregam mil vezes mais significado que um beijinho roubado sem muita intenção. Vá buscando o aconchego de uma canção de fim de tarde, que só toca na rádio daquele café antigo, que vocês sempre vão. Deixe que as mãos encostem sem querer quando vocês quiserem. Dispa-se do medo das palavras precisas. Concentre-se no instante seguinte ao compasso, ao estalo, à ação. E tenha certeza. Nada vai doer mais que ficar amarrada nesse silêncio. Se o não for insubstituível por algo mais adequado, não se desespere. Faça chover o que for preciso, mas depois da tempestade o coração estará limpo. Porém não se iluda com os infortúnios alheios: a chance do sim é maior. E então não chegue com muita timidez. Tome o espaço necessário. E, meu bem, não terá problemas com isso. Se o sim for generoso, o espaço dele será o seu. O amor é a única coisa que prova que dois corpos podem ocupar o mesmo lugar. E se fizer um tempo bom, e os sábados forem maiores que os domingos, não esqueça a toalha, o guarda-sol e o mais importante: um edredom do tamanho do mar, para vocês se perderem debaixo.
vendredi 1 mai 2015
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