Alvorada.

Estava dormindo tão bem. Parecia que a cama me abraçava, o travesseiro me afagava e meus olhos fechados eram meu paraíso. Senti uma claridade invadir meus sonhos, era uma faísca de sol que entrava em uma pequena abertura da cortina. Era de manhã. 

Aos poucos meus olhos foram se acostumando com a luz. Olhei para o lado da cama e você estava lá, ainda dormindo, com o rosto virado para mim. Pensei comigo que por melhor que eu estivesse dormindo, acordar e ver você não tinha comparação. 

Ouvir você respirar, baixinho, bem ali pertinho de mim era incrível. Era inverno, a temperatura lá fora castigava, estava perto dos três graus. Mesmo assim, por mais frio que estivesse fazendo, eu me sentia quente. Ter você ali, tão perto de mim, fazia com que meu coração pulasse. 

Te acordei com um beijo na testa, você abriu os olhos lentamente, olhou pra mim e sorriu. Meu coração disparou. O sol de inverno entrava pela abertura da cortina. Fechei os olhos por um tempo e fiquei pensando se tudo aquilo não era um sonho. Não era. Senti um beijo em meu rosto e isso me arrancou o sorriso mais sincero que eu já havia dado. Nossos dedos se entrelaçaram e as mãos se beijaram. 

Foram alguns minutos que serão eternos dentro de mim.

Li em algum lugar, certo dia, que nossas lembranças mais fortes são nossos picos de emoção. Com certeza aquela seria minha melhor recordação em um futuro próximo. Melhor do que isso, era meu presente. 

O relógio, na cabeceira da cama, despertou. Me esqueci de desligar o despertador na noite passada, hoje é feriado. Quando o desliguei, me lembrei de algo que me tirou outro sorriso. Vou passar o dia todo ao seu lado.