toques inusitados e em horas inusitadas

Eu gosto do que me impressiona, do que me conforta, do que me faz rir, do que me entende, do que me agrega, do que me motiva, do que me ensina, do que me enlouquece, me faz subir pelas paredes, escrever horas a fio. Eu gosto de pessoas que me fazem ficar asfixiada nas primeiras semanas, que me fazem pensar em casamento, em futuro, em apartamento e depois me fazem odiá-las para depois ainda, amá-las mais, unicamente. Gosto de me sentir sem fôlego, fora de mim, de me impressionar com meus próprios sentimentos, de me reconstruir, de me renovar. Eu quero alguém que saia para dançar comigo, que se acabe no chão, que não tenha pudor, mas que depois de uma noite agitada, me ligue já na cama, antes de dormir e recite algum poema, um poeminha clichê, só para eu ficar bem e claro, alguém que aguente todos os meus textos intermináveis que eu adoro enviar. Eu gosto do exagero, do amar insano, das palavras intensas, de gente sem igual. Eu não desejo nenhum rotulo, nenhuma gíria, gravatas, comentários planejados, cabelo arrumado, roupas modernas, nada forçado, muito pelo contrário, prefiro o simples bafo de café, remelas da manhã e um casaco desbotado. Eu gosto de todos os toques inusitados e em horas inusitadas. Dos olhares maliciosos quando os passos se afastam e as portas fecham.