lundi 4 mai 2015

A Cidade do Sol, Khaled Hosseini.



“Só há uma coisa na vida que precisamos aprender, e ninguém ensina isso nas escolas. A capacidade de suportar.”


Mariam, quando tinha 15 anos sofreu trágicas mudanças em sua vida. Filha bastarda, adorava o pai mais do que qualquer coisa, mas morava com sua mãe em uma humilde aldeia. Quando sua mãe morre, seu pai se recusa a ficar com Mariam em sua casa e a oferece em casamento à Rashid, um sapateiro de 45 anos.

Já com 33 anos, Mariam enfrenta um casamento horrível. Rashid se mostra cada vez mais violento, pelo fato de Mariam não conseguir dar a ele um filho.

Laila tem 14 anos, uma das melhores alunas do colégio, sempre fugiu do pensamento da maioria das mulheres do Afeganistão que é "casar e ter filhos."


"Ali, o futuro não contava. E o passado só continha uma certeza: o amor era um erro nocivo, e sua cúmplice, a esperança, uma ilusão traiçoeira."


Em meio ao Afeganistão dos anos 70, Khaled narra uma brilhante história sobre amor, lealdade e muita verdade, muita verdade mesmo.

Quando os pais de Laila morrem devido a uma explosão, Laila se vê sozinha no mundo pois até seu melhor amigo, Tariq, fugiu do país com sua família, e a jovem se vê acolhida por Rashid e Mariam.

No começo, a relação entre as duas é insuportável, pois Mariam sabe das intenções de Rashid com Laila e depois que sua suspeita é confirmada, precisa conviver com um homem que cada vez se vê mais admirado pela mulher mais jovem. 

A convivência faz com que as duas se aproximam e se unam pelo ódio em comum que sentem pelo homem cruel e violento com quem dividem a casa. Juntas, elas aprendem a confiar uma na outra e a amar uma a outra.

"Não se podem contar as luas que brilham em seus telhados, nem os mil sóis esplêndidos que escondem por trás de seus muros."

Khaled é de longe o meu escritor preferido porque ele tem um jeito muito profundo de tocar o nosso coração com as suas histórias. Ele não tem nenhuma pena de nos fazer chorar apenas nos mostrando as verdades sobre a vida.

Mariam a Laila se encontram em um mundo improvável que era para as mulheres no Afeganistão e se veem completamente acuadas pois não tinham voz dentro de sua própria casa, afinal, elas eram sempre silenciadas por Rashid e pelo próprio país. E mesmo depois que Laila consegue dar a Rashid um filho, ainda assim ele continua o mesmo homem repugnante.

E o tempo passa e elas percebem que podem confiar uma na outra. Que, se uma cruzou o caminho da outra, então é porque isso simplesmente tinha que acontecer.

A Cidade do Sol é um livro muito forte, ele é muito duro porque ele mostra a vida como ela é. Ele retrata um pouco de uma época que foi extremamente difícil para o povo afegão, principalmente para as mulheres. 


"Assim como uma bússola precisa apontar para o norte, assim também o dedo acusador de um homem sempre encontra uma mulher à sua frente."


O livro fala sobre não desacreditar nunca no amor, porque ele, às vezes é a única coisa que podemos ter na vida e ninguém pode tirar da gente. E que as pessoas que cruzam a nossa vida, elas sempre deixam um pouco delas com a gente.


"E seguiu tocando a vida. Porque, no fundo, sabia que era tudo o que podia fazer. Viver e ter esperanças." 




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